Saudade em uma tarde de inverno!!!

Nada como uma típica tarde de inverno. Estamos a um dia do início da primavera, quando andamos na rua e sentimos a transformação do mundo, que nada mais é do que a transformação que ocorre dentro de nós.

Bem, esta incrível tarde de domingo, foi marcada por momentos que passei dentro de mim. Vi filmes que estavam guardados no meu inconsciente e que de repente ativaram o súbito desejo de serem vistos e trazidos ao meu consciente, aos meus olhos e principalmente ao meu coração.

Mil pessoas estavam em minha casa, mas eu consegui ver o filme na sala e além disso, me transportei para ele. Sorri, chorei e me emocionei como se fosse a primeira vez que o tenha visto. E quando dei conta, perguntei-me: “Como consegui fazer isso e sentir tais emoções, mediante à tanto falatório?”. E apenas uma resposta veio à minha mente, ou melhor, um rosto junto à uma saudade.
Saudade de um abraço, de um toque suave, mas muito significante de uma mão máscula que explora o meu corpo e que me arrepia.
Saudade de olhos que me fazem tremer de excitação, de desejo por bem mais que eu possa ter.
Saudade de papos que somente nós podemos ter.
Saudade de não ter que falar muito porque nos entendemos pelo olhar.
Saudade daquele sorriso que me transporta para uma dimensão, a qual eu não quero sair mais.
Saudade do cheiro, da voz que sussurra em meus ouvidos palavras que me desintegram em fragmentos tão pequenos, que só o seu beijo consegue ainda me dar sentidos de que ainda estamos ali.

E pensar que ainda não tive nada dele e que simplesmente nem poderei tê-lo, faz um sentido absurdo na minha vida. Porque sei tudo o que não posso esperar dele e de nós, vivo na realidade injusta de ser dele momentos, porém momentos intensos.

Adoro quando ele sente ciúmes, quando cuida de mim e quando fala coisas que sente e que não poderia falar, porque não podemos nos envolver. Ou será que já nos envolvemos? Será que a forma como nos olhamos e como nos tocamos já não seja um envolvimento?
Porque uma coisa é certa: não é só tesão, pois se o fosse, já o teríamos suprido, mas não podemos! É muito mais do que isso e temos medo de nunca mais conseguirmos voltar para essa vida tão realista.

Uma vez eu disse a ele que queria tê-lo da maneira certa e que se fosse para eu tê-lo da maneira errada, prefiriria não tê-lo. Pois, até agora, sempre imaginei que é melhor ter algo uma vez, do que nunca ter e sempre imaginar como seria. Mas, dessa vez, eu penso que se eu o tiver uma única vez, passarei o resto da vida o querendo mais e mais e sem poder ter, serei infeliz. Então, prefiro ficar sem saber como é tê-lo. Assim, não sentirei tanta falta.

Tenho a certeza que não estou apaixonada, mas se eu pudesse, isso aconteceria numa fração de segundo. E quando minhas amigas o chamam de Papai Noel, isso só remete em minha essência um sorriso, pois ele está relacionado ao que eu mais gosto no ano e à toda a espera do tão sonhado dia. E não será a mesma situação que nos circunda no dia-a-dia? A espera de um convite para o almoço, um esbarrão no corredor ou na escada de incêndio? Uma fugida das câmeras, um beijo no elevador??