quinta-feira, 2 de abril de 2009

Termos da nova dramática (Parem de falar mal da rotina).



Parem de falar mal da rotina
Parem com essa sina anunciadade que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira: não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
Não pode repetir
É impossível!
O ser é outro, o dia é outro, a hora é outra e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:chuva, dia azul... Crepúsculo, primavera, lua cheia, céu estrelado, barulho do mar... O que que há?
Parem de falar mal da rotina
Beijo na boca, mão nos peitinhos, água na sede, flor no jardim, colo de mãe, namoro, vaidades de banho e batom, vaidades de terno e gravata, vaidades de jeans e camiseta...
Pecados, paixões, punhetas
Livros, cinemas, gavetas são nossos óbvios de estimação e ninguém pra eles fala não
Abraço, pau, buceta
Inverno, carinho, sal, caneta e quero são nossas repetições sublimes
E não oprime o que é belo
E não oprime o que aquela hora chama de bom na nossa peça
Na trama
Na nossa ordem dramática
Nosso tempo então é quando nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:gente-sujeito
Vida-predicado
Eis a minha oração.
Subordinadas, aditivas ou adversativas
Aproximem-se!
É verão, é tesão!
O enredo a gente sempre todo dia tece
O destino aí acontece:o bem e o mal
Tudo depende de mim, sujeito determinado da oração principal.
Elisa Lucinda
29 de outubro de 1997
Contrastando com o post anterior... venho aqui falar deste espetáculo que eu já assisti e está em cartaz novamente aqui no Rio!
Parem de Falar Mal da Rotina não é um espetáculo convencional onde uma história é contada. Este espetáculo é um modo de vida, é uma visão de existência. É a maneira com que Elisa Lucinda, a atriz, roteirista e diretora da peça consegue expressar sua urgência e inquietude na busca interminável da liberdade de se poder viver plenamente, sem os famosos cárceres que nós mesmos nos impomos.
A peça une histórias vividas e ouvidas por Elisa, como observadora do cotidiano, além dos poemas retirados dos livros “O Semelhante” e “Eu te amo e suas estréias”. O resultado são os personagens que ela interpreta em 2h30 de elogios à rotina, nos obrigando a observarmo-nos de fora, o quê nos ajuda a perceber que “a rotina” é um personagem fictício que criamos, na verdade é que nós temos o poder da mudança, nós somos os diretores, atores e produtores das nossas próprias vidas.É bom lembrar que esse é um espetáculo de utilidade pública, ou seja: interessa a pessoas de qualquer faixa etária e a todas as classes sociais, porque é um espelho do ser humano. O público se sente íntimo, rindo de si mesmo. E assim voltamos à história do teatro na sua origem grega, o de ter uma função social e levar a platéia à catarse vendo e expurgando os seus próprios erros.



Boooooooooooora (re)assistir!!!!!!

3 comentários:

Madame Jujubinha disse...

bogaaaa
eu tava mesmo falando hj com Aninha q deveriamos ir ao Teatro tb, ja q vamos tanto ao cinema!!
Eu quego ir!

Só na idéia disse...

To dentro hein.

Bogaaaaaaaaaa!!

Madame Jujubinha disse...

sexta q vem é noix!