
Parem com essa sina anunciadade que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira: não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
Não pode repetir
É impossível!
O ser é outro, o dia é outro, a hora é outra e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:chuva, dia azul... Crepúsculo, primavera, lua cheia, céu estrelado, barulho do mar... O que que há?
Parem de falar mal da rotina
Beijo na boca, mão nos peitinhos, água na sede, flor no jardim, colo de mãe, namoro, vaidades de banho e batom, vaidades de terno e gravata, vaidades de jeans e camiseta...
Pecados, paixões, punhetas
Livros, cinemas, gavetas são nossos óbvios de estimação e ninguém pra eles fala não
Abraço, pau, buceta
Inverno, carinho, sal, caneta e quero são nossas repetições sublimes
E não oprime o que é belo
E não oprime o que aquela hora chama de bom na nossa peça
Na trama
Na nossa ordem dramática
Nosso tempo então é quando nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:gente-sujeito
Vida-predicado
Eis a minha oração.
Subordinadas, aditivas ou adversativas
Aproximem-se!
É verão, é tesão!
O enredo a gente sempre todo dia tece
O destino aí acontece:o bem e o mal
Tudo depende de mim, sujeito determinado da oração principal.
Elisa Lucinda
29 de outubro de 1997
29 de outubro de 1997
Contrastando com o post anterior... venho aqui falar deste espetáculo que eu já assisti e está em cartaz novamente aqui no Rio!
Parem de Falar Mal da Rotina não é um espetáculo convencional onde uma história é contada. Este espetáculo é um modo de vida, é uma visão de existência. É a maneira com que Elisa Lucinda, a atriz, roteirista e diretora da peça consegue expressar sua urgência e inquietude na busca interminável da liberdade de se poder viver plenamente, sem os famosos cárceres que nós mesmos nos impomos.
A peça une histórias vividas e ouvidas por Elisa, como observadora do cotidiano, além dos poemas retirados dos livros “O Semelhante” e “Eu te amo e suas estréias”. O resultado são os personagens que ela interpreta em 2h30 de elogios à rotina, nos obrigando a observarmo-nos de fora, o quê nos ajuda a perceber que “a rotina” é um personagem fictício que criamos, na verdade é que nós temos o poder da mudança, nós somos os diretores, atores e produtores das nossas próprias vidas.É bom lembrar que esse é um espetáculo de utilidade pública, ou seja: interessa a pessoas de qualquer faixa etária e a todas as classes sociais, porque é um espelho do ser humano. O público se sente íntimo, rindo de si mesmo. E assim voltamos à história do teatro na sua origem grega, o de ter uma função social e levar a platéia à catarse vendo e expurgando os seus próprios erros.
Boooooooooooora (re)assistir!!!!!!
3 comentários:
bogaaaa
eu tava mesmo falando hj com Aninha q deveriamos ir ao Teatro tb, ja q vamos tanto ao cinema!!
Eu quego ir!
To dentro hein.
Bogaaaaaaaaaa!!
sexta q vem é noix!
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